Quem é profissional autônomo ou freelancer tem que lidar com diversas dificuldades no seu dia a dia. Entre elas, organizar a conta pessoal e empresarial é uma que interfere diretamente no sucesso do seu negócio. Leia o artigo para aprender de uma vez como fazer isso.

O número de profissionais autônomos e freelancer só tem aumentado. Formalizados ou não, quem trabalha por conta própria têm que lidar com a imprevisibilidade de faturamento, a gestão de tempo e a gestão financeira.

De fato, empreender com seu próprio negócio ou prestar serviços para outras empresas dá mais liberdade e autonomia ao trabalhador. Mas essa autonomia também pode dificultar a organização de tempo, dinheiro e atividades.

Para realmente prosperar enquanto profissional autônomo é preciso fazer uma boa gestão das finanças e isso começa separando as contas pessoais das da empresa.

Acompanhe o texto para aprender a melhor forma de fazer isso.

Conta pessoal e empresarial: Vale a pena ser MEI?

Surpreendentemente, a formalização pode te ajudar muito a separar a conta pessoal e empresarial e ainda te trazer outros benefícios. O cadastro como Microempreendedor Individual existe para os profissionais autônomos e freelancers que se enquadrem em alguma das categorias aceitas e recebam no máximo R$81 mil por ano.

Em primeiro lugar, ao se formalizar, você irá abrir um CNPJ e com ele poderá criar uma conta bancária para a sua empresa. Além disso, você poderá gerar notas fiscais e simplificar seu Imposto de Renda.

De fato, quem é MEI também tem maiores oportunidades de crédito e treinamentos gratuitos do Sebrae.

Então, antes de começar a separar suas contas, recomendamos que se torne MEI.

Leia aqui como abrir seu MEI.

Passo 1 – Abra uma conta bancária para sua empresa

Como comentamos, o ideal para separar a conta pessoal e empresarial é que você tenha um CNPJ para abrir uma conta bancária para sua empresa. Mas, mesmo que opte por não ter um CNPJ, é possível usar uma conta para sua empresa e outra para você.

Hoje em dia é muito fácil abrir uma conta em bancos digitais sem pagar nenhuma taxa. Busque uma conta vantajosa e separe-a para sua empresa.

Portanto, todos os seus recebimentos irão cair nela e as contas empresariais também poderão ser pagas diretamente por lá. Aliás, o cartão de crédito só poderá ser usado para compras parceladas da empresa e o seu salário será transferido da conta empresarial para a sua pessoal.

Passo 2 – Quais são as despesas da empresa?

Depois de abrir uma conta bancária para sua empresa, você pode ficar em dúvida sobre quais são as despesas da empresa e quais são as pessoais. Já que você é a sua empresa, não seria tudo a mesma coisa?

Certamente, esse é o maior erro dos profissionais autônomos e freelancers quando se trata de gestão financeira. Em outras palavras, não separar as despesas da empresa e as pessoais impede que você tenha uma visão clara das suas finanças, detecte problemas e crie metas e soluções para continuar crescendo.

Afinal, muitos trabalhadores chegam ao final do mês com a sensação de não terem lucrado nada, de seu dinheiro ter simplesmente desaparecido. Isso é muito frustrante. Por isso é importante entender que há sim lucros e que é possível reduzir gastos e até começar a investir na sua empresa!

Então vamos lá, primeiro anote tudo que sua empresa precisa para existir:

• Seu computador, celular, maquininha ou outros eletrônicos necessários;
• Sua internet, plano de celular;
• Impostos mensais caso você seja MEI (aproximadamente R$60 por mês);
• Seu carro e gasolina caso você precise sair para fazer vendas, entregas ou visitas;
• Aluguel caso você alugue um espaço específico ou parte do aluguel caso você trabalhe em casa (se você mora sozinho e trabalha durante a metade do dia, metade do seu aluguel deve ser pago diretamente pela sua empresa);
• Pagamento de funcionários ou fornecedores;
• Compra de materiais.

Depois, pense em alguns itens que talvez você não considere da sua empresa, mas que são:

• Alimentação durante o período de trabalho;
• Roupas para o trabalho;
• Estudos e treinamentos;
• Viagens a trabalho.

Agora você tem uma média de gastos mensais da sua empresa. Vamos fazer o mesmo com suas contas pessoais.

Passo 3 – Conta pessoal e empresarial: planejamento financeiro

Posteriormente, depois que você já tem uma lista com as despesas da sua empresa e outra com as suas despesas pessoais, vamos analisar esses gastos mais de perto.

Para facilitar, você pode separar cada uma dessas listas em três categorias:

• Gastos essenciais;
• Gastos não essenciais;
• Desperdício.

Em síntese, nos gastos essenciais fica o mínimo para sua sobrevivência e para a sobrevivência da empresa. Somando os gastos essenciais da empresa e da pessoa física, você terá sua meta mínima de faturamento. Quer dizer que sua empresa precisa receber mensalmente pelo menos aquele valor. Uma parte dele será da empresa, outra será o seu salário fixo.

Normalmente, os gastos essenciais não podem ultrapassar 50% dos seus ganhos.

Os gastos não essenciais são aqueles relacionados à lazer, viagens, roupas, alimentação fora de casa, etc. Eles só podem ser feitos depois que os gastos essenciais estiverem garantidos e podem ocupar 30% dos seus ganhos. 

Já o desperdício são aqueles gastos que não trazem nenhum retorno e que podem ser cortados. Multas, taxas bancárias, assinaturas que não são utilizadas, compras desnecessárias. Dessa maneira, esse dinheiro deve ser utilizado para ser investido.

Assim, agora é hora de se planejar. Você já tem uma noção do que pode ser cortado ou reduzido dos seus gastos. Também já sabe o mínimo que precisa ganhar todos os meses para manter você e sua empresa de pé. Calcule quantas vendas você precisa fazer para atingir esse ganho mínimo e quantas mais precisa fazer para ter uma situação confortável.

Analise também quanto dinheiro você pode separar para investir no futuro. Se você retirar uma porcentagem de 10 a 20% todo mês para investimentos, verá sua empresa crescer e não passará apuros em meses de menor orçamento.

Passo 4 – Controle financeiro para conta pessoal e empresarial

O quarto passo é começar a controlar suas finanças pessoais e da empresa. Instale dois aplicativos de controle financeiro e em um anote suas despesas pessoais e no outro as empresariais. Só acompanhando de perto seus gastos você irá perceber o que mais está consumindo o seu orçamento.

Ao longo do dia fazemos diversos gastos, muitos deles pequenos e desnecessários. Contudo, no final do mês esses gastos se juntam e acabam sendo um rombo nas nossas finanças. Anote tudo e analise pelo menos semanalmente.

Passo 5 – Defina um pró-labore e uma data de pagamento

Por fim, agora que você já sabe o quanto você e sua empresa precisam para sobreviver, é hora de definir o seu salário, ou pró-labore. Você pode definir um valor mensal fixo ou uma porcentagem. Uma boa opção é colocar um valor fixo relativo a esse mínimo que você já calculou e + uma porcentagem dos lucros.

Outro passo importante é definir uma data para retirada do seu pro-labore. Caso não seja possível passar tudo em uma única data, defina retiradas quinzenais ou semanais.

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Escrito por: Laura Veridiana