Educação Financeira

Como lidar com os imprevistos financeiros

Imprevistos financeiros acontecem e como tudo na vida, nossas finanças também não seguem um planejamento 100%. Porém, é preciso ter inteligência e equilíbrio para lidar com eles.

Você já passou por algum imprevisto financeiro? Certamente, nenhum de nós poderia prever o grande impacto da pandemia de coronavírus nas nossas finanças, por exemplo. De fato, imprevistos maiores ou menores sempre acontecem e por isso, podemos nos preparar para enfrentá-los da melhor forma possível.

Os imprevistos financeiros não são diferentes dos outros imprevistos que acontecem na nossa vida. Podem acontecer de uma hora para a outra e serem positivos ou negativos. Você pode, por exemplo, ser promovido e passar a ganhar mais. Ou pode ter que lidar com uma reforma inesperada e urgente.

Porém, como os imprevistos são uma constante na nossa vida, isso já nos traz algum tipo de previsibilidade. Por isso, é possível sim se preparar para lidar com eles com inteligência e equilíbrio.

Mesmo um imprevisto financeiro positivo, como receber um aumento ou ter sucesso em determinado investimento pode trazer tanta empolgação que não conseguimos aproveitar isso da melhor forma possível. É o que acontece por exemplo com a maioria dos ganhadores da loteria. 

Como não havia nenhum planejamento do que seria feito com o dinheiro, os ganhadores acabam se contagiando com a alegria do momento e gastando tudo sem pensar. Por isso, esfriar a cabeça é a primeira coisa que devemos fazer no caso de um imprevisto financeiro.

É possível se preparar para imprevistos financeiros?

Se preparar para um imprevisto pode parecer super contraditório. Mas, na verdade, a mudança é uma parte natural da vida. Não sabemos como ela vai acontecer, mas sabemos que vai acontecer. Por isso, é possível ter um certo nível de planejamento.

Ao analisar as suas finanças, você já pode listar alguns imprevistos que poderiam acontecer em curto, médio e longo prazo. É claro que ninguém consegue prever uma doença, um término de relacionamento ou uma demissão. Mas outros fatos do futuro já são mais certos. Você pode se perguntar, por exemplo:

  • Pretendo ter filhos? Estou poupando para isso?
  • Se já tenho filhos, é possível que eu tenha que pagar a faculdade deles? Quando? Quanto custaria?
  • Com que idade vou me aposentar?
  • Se eu for demitido, o seguro-desemprego será suficiente? Quanto tempo em média acredito que levarei para encontrar outro emprego?
  • Minha casa está nova? Daqui a quanto tempo ela pode precisar de uma reforma?
  • Meu carro está dando problemas? Quanto venho gastando com ele anualmente? Se ele der um problema, quanto acredito que precisarei desembolsar? Quando precisarei trocá-lo? 

Para cada uma dessas possibilidades no futuro você precisará se planejar, poupar e investir. Então, o primeiro passo para se preparar para esses imprevistos financeiros é começar agora a juntar dinheiro para isso. 

Reserva de emergência para imprevistos financeiros

A reserva de emergência é uma poupança feita especialmente para imprevistos financeiros. Especialistas dizem que você deve ter o valor de seis salários na sua reserva de emergência. Depois que juntar esse valor é que você deve criar uma segunda poupança para seus objetivos de médio e longo prazo, como aposentar-se, trocar de carro, planejar uma viagem ou reforma.

O pensamento é simples: depois que o básico está assegurado é que podemos passar para os próximos itens.

Certamente, ter uma reserva de emergência é a principal dica para se preparar para imprevistos financeiros. Além disso, seguros e previdência são boas formas de se preparar para o futuro. Porém, se você não tem nenhum tipo de planejamento e está neste momento vivendo um imprevisto financeiro, também é possível lidar com isso sem sair do eixo. Vamos ver.

Respire fundo e veja o tamanho do problema

Se você se pegou sem reserva de emergência, sem poupança ou investimentos que possa resgatar e no meio de um imprevisto financeiro, fique calmo. A primeira coisa que você tem que fazer é respirar fundo, se acalmar e ver o tamanho do problema. Nesses momentos é comum tomar atitudes precipitadas que, geralmente, também são péssimas decisões financeiras.

Então, para garantir que a coisa não se torne uma bola de neve, analise atentamente as informações que você tem e tente se acalmar. Veja quanto dinheiro você precisa e para quando. Em seguida, faça uma análise da sua situação atual e pese as possibilidades:

  • É possível vender algum bem sem grande prejuízo à minha qualidade de vida, como uma televisão ou um computador?
  • Algum familiar pode me ajudar?
  • Posso receber um adiantamento do meu salário?
  • Existe FGTS que possa ser sacado? Férias ou 13º a receber?
  • Trabalho com vendas? Consigo fazer antecipação de recebíveis?
  • Alguém me deve dinheiro e posso cobrar?
  • Qual é o limite do meu cartão de crédito? Posso utilizá-lo para essa emergência?
  • Se eu pegar um empréstimo, quanto posso comprometer da minha renda?
  • Tenho bens que podem entrar como garantia para conseguir taxas de juros menores em caso de empréstimo?

O momento agora é de analisar a situação friamente e entender quais são as suas possibilidades. Assim, antes de tomar qualquer decisão, tenha um bom panorama das suas finanças

Cuidado com empréstimos emergenciais

Nestes momentos é normal que, esgotadas outras possibilidades, você pense em pegar um empréstimo. Existem vários empréstimos para esses momentos. Eles são aprovados rapidamente e em pouco tempo você poderá sair do seu imprevisto financeiro. Contudo, o que a maioria das pessoas não percebe é que existe um custo para conseguir dinheiro tão rápido.

Ou seja, os empréstimos de emergência são muito mais caros do que outros empréstimos. Então, se possível, tente conseguir um pouco mais de prazo e buscar outros tipos de empréstimos. Os mais baratos são os empréstimos com garantia e os consignados, em que parte da parcela é descontada do seu salário.

Fique atento que as parcelas devem caber no seu orçamento, para que esse imprevisto financeiro não vire uma bola de neve. Porém, entenda que quanto maior o prazo para o pagamento, mais caro o empréstimo fica. 

Analise o CET, o custo efetivo total, e não aceite a primeira proposta. Por fim, busque instituições confiáveis e que estejam reguladas pelo Banco Central.

Use seu cartão de crédito

Se o seu imprevisto pode ser pago com o cartão de crédito, essa pode ser uma boa opção. Mas só se você conseguir pagar a fatura na data correta. Caso a fatura passe da data de vencimento, você irá pagar juros rotativos, que costumam ser mais altos do que os de qualquer empréstimo.

Por isso, analise bem essa possibilidade. De fato, na hora de lidar com imprevistos financeiros é importante colocar tudo na ponta do lápis e não fazer nada por impulso!

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